(Terceira parte)
A
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL
No
Brasil já vamos encontrar referências a educação profissional no
Plano de Estudo do Padre Manoel da Nóbrega, na fase jesuítica da
escolarização colonial. Tratava-se de algo que podemos caracterizar
como um processo ainda embrionário de formação profissional pois
além do mesmo ser realizado no próprio ambiente do trabalho, a
(...) educação profissional (trabalho manual), sempre
muito elementar diante das técnicas rudimentares de trabalho, era
conseguida através do convívio, no ambiente de trabalho, quer de
índios, negros ou mestiços que formavam a maioria da população
colonial. (RIBEIRO, 1982, p.29)
Encontramos
aí um aspecto da educação profissional que merece uma avaliação
posterior: o lugar social de onde provêm os indivíduos que se
submetem a este tipo de ensino e a posição que ocupam na sociedade
após concluída tal etapa de estudos.
Outro
registro de formação profissional no Brasil é encontrado no
distante ano de 1874, “quando o presidente da província de
Pernambuco (o equivalente hoje a governador) Henrique Pereira de
Lucena obrigou os estabelecimentos fabris a se encarregarem do
preparo do seu pessoal” (SILVA, 1999, p.15)
Já
a RFFSA1
atribui ao Centro de Formação Profissional de Engenho de Dentro –
ex-escola prática de aprendizes localizada no Rio de Janeiro – o
pioneirismo da formação profissional no Brasil. A mesma foi
criada pelo subdiretor da Locomoção da antiga Estrada de Ferro
Central do Brasil Engenheiro José Joaquim Silva Freire através de
documento datado de 15 de fevereiro de 1906.
Em
1909 vamos encontrar “a criação da rede de escolas de
aprendizes de ofícios (...) pelo então Presidente da República
Nilo Peçanha.” (SILVA, op. cit., p.15)
As
preocupações das empresas ferroviárias quanto à formação
profissional traduziram-se em algumas ações importantes. Na década
de 20 as principais ferrovias do Estado de São Paulo – São Paulo
Railway, Estrada de Ferro Sorocabana, Companhia Paulista e Companhia
Mogiana – passaram a enviar, cada uma, dois alunos por ano para
frequentar um curso de mecânica prática, com duração de 4 anos,
após o mesmo ter sido ampliado na Escola Profissional de Mecânica,
anexa ao Liceu de Artes e Ofícios.
As
ferrovias, por disporem de oficinas de reparação e manutenção de
suas locomotivas e vagões necessitavam de mão-de-obra adequada para
a fabricação e reparação de peças. Foi dentro desse contexto de
necessidade que em 1930 foi criada a Escola Profissional de
Sorocabana, na Estrada de Ferro Sorocabana, em São Paulo.
Posteriormente foi criado o Centro Ferroviário de Ensino e Seleção
Profissional (CFESP), como entidade central, mantida pelas empresas
ferroviárias para prestar apoio a esta atividade. Foi
tomando como base a experiência do CFESP que foi defendida a criação
do serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI – como
idêntica solução da formação profissional para a indústria
brasileira.
1 A RFFSA (Rede Ferroviária Federal SA) era uma Empresa de Economia Mista integrante da Administração Indireta do Governo Federal, destinada ao transporte ferroviário. Teve sua constituição autorizada pela Lei nº. 3.115, de março de 1957, e aprovados os seus Estatutos pelos Decretos ns. 42.380 e 42.381 de 30 de setembro de 1957, data que passou a ser considerada como de sua fundação. Foi privatizada no período de 1996 a 1998 e dissolvida no ano de 1999 mediante o estabelecido no Decreto nº 3.277, de 7 de dezembro de 1999, alterado pelo Decreto nº 4.109, de 30 de janeiro de 2002, pelo Decreto nº 4.839, de 12 de setembro de 2003, e pelo Decreto nº 5.103, de 11 de junho de 2004.
REFERÊNCIAS
RIBEIRO,
Maria Luísa Santos. História da Educação Brasileira: a
organização escolar. São Paulo: Moraes, 1982.
SILVA,
Uaci Edvaldo Matias da. O Senai. Brasília: SENAI/DN, 1999.
(Texto produzido por Sydney Lima Silva)
(Fim da terceira
parte. Continua nos próximos episódios)
Olá Sidiney!!!
ResponderExcluirBem interessante o trabalho que é realizado aí no cetep. Acredito que é um trabalho que faz a diferença na sociedade Alagoinhese.
Abraços,
Andréa
Obrigado, Andréa.
ExcluirTrabalhar com Educação Profissional é sempre gratificante.
SYDNEY