CETEP de Alagoinhas

CETEP de Alagoinhas

segunda-feira, 15 de junho de 2015

O TRABALHO AO LONGO DA HISTÓRIA


Disciplina: Sociologia: Organização Social do Trabalho.
Curso: Educação Profissional Técnica de Nível Médio
Dados da Aula:
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Reconhecer técnicas e formas de organização do trabalho, em diferentes sociedades.
  • Reconhecer a produção do espaço como resultado da interferência humana na natureza.
  • Identificar a influência do trabalho na formação das diferentes culturas.
  • Reconhecer a produção do espaço como resultado da interferência humana na natureza, por meio do trabalho e da técnica.
  • Identificar a influência do trabalho na formação das diferentes culturas, como decorrência dos processos históricos que marcam as relações da sociedade com a natureza e das pessoas entre si.
Duração das atividades
06 horas aula
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Divisão do trabalho: conceituação
Trabalho compulsório e trabalho livre: definição
Formas de organização do trabalho: tipos e características
Trabalho: etimologia da palavra
Texto dissertativo-argumentativo: características


Estratégias e recursos da aula

Atividade 1. Sensibilização: vivemos num ambiente construído pelo trabalho e pela técnica

O professor deverá orientar os alunos para que formem grupos de cinco pessoas. Com caderno, lápis, e qualquer aparelho de telefonia móvel, a primeira tarefa dos alunos deverá ser a observação do seu entorno,a partir do seguinte roteiro:

Roteiro de observação do entorno

1. Fotografar e/ou descrever todas as manifestações reconhecidas pelo grupo, como resultado de um trabalho a sua volta, presente na sala de aula ou em qualquer local do ambiente escolar, ou mesmo no trajeto casa/escola. (Ex. construções, veículos, mobiliários, vestimentas, material escolar etc.)
2. Fotografar e/ou descrever todas as profissões e profissionais envolvidos na produção dessas manifestações identificadas no item 1. (Ex. arquitetos, engenheiros, pedreiros, metalúrgicos, pintores, estilistas, costureiras, marceneiros, carpinteiros, serventes, faxineiros etc.)
3. Descrever e/ou fotografar os recursos naturais supostamente necessários para a produção desses itens fotografados e/ou descritos. (Ex. minerais, couro, algodão etc.)
4. Descrever possíveis técnicas e fotografar (se possível) as ferramentas necessárias para a produção dos objetos observados.
5. Entrevistar alguns profissionais, solicitando que respondam as questões elencadas no quadro abaixo.


Quadro 1. - Sugestão de questionário para entrevistas com profissionais identificados durante a atividade de observação
1. Nome................................................... Idade ................... Sexo ............. Profissão...................................
2. Há quanto tempo atua nessa profissão?
3. Quais são as suas obrigações nesse trabalho?
4. Em relação ao seu trabalho
a) possui jornada de trabalho de ( ) 8 horas diárias ( ) 6 horas diárias ( ) outra ..............
b) é ( ) patrão ( ) empregado ( ) outro.
c) ( ) paga salário a outros trabalhadores ( ) recebe salário pago por alguém ( ) desenvolve a atividade para si próprio, não pagando nem recebendo salário ( ) outro
5. Para quem é empregado
a) frequentou ou frequenta algum curso de educação profissional? ( ) não. Por que? ( ) sim. Qual?
a) tem direito a descanso semanal remunerado, férias, 13º salário? ( ) sim ( ) não
b) tem carteira de trabalho assinada? ( ) sim ( ) não
6. Em relação à formação profissional
( ) possui curso específico na área em que atua.
( ) aprendeu com os pais ou com outras pessoas.
( ) aprendeu sozinho.
( ) outros ..............................


As informações deverão ser organizadas em slides, coma utilização do Power Point, utilizando imagens coletadas por eles mesmos e, se necessário, complementadas com figuras retiradas da Internet.
Os grupos deverão expor o resultado de suas observações, utilizando o computador e o projetor multimídia, em seus stands, de modo que os demais alunos circulem entre os trabalhos, ouvindo e dando explicações.

Atividade 2. O trabalho nas diferentes sociedades

Os mesmos grupos formados anteriormente deverão, por sorteio, pesquisar os temas sugeridos no Quadro 2.
Os resultados deverão ser socializados no blog da turma.
A ideia é traçar uma visão histórica e sociológica acerca das diferentes formas de organização do trabalho e como essa organização influenciava e/ou era influenciada pela cultura de quem o produzia.
As fontes de pesquisa indicadas para cada tema deverão ser lidas, interpretadas e sintetizadas pelos alunos. A síntese do conteúdo deverá ser representada (com ilustrações, legendas, e pequenos textos) também no blog da turma.
No blog deverá constar, em espeço definido pelos estudantes, a etimologia, da palavra trabalho (citando a fonte de pesquisa).


Quadro 2. - O trabalho nas diferentes sociedades: visão histórica e construção da cultura

Grupo 1. Trabalho no Egito Antigo

http://teiadosfatos.blogspot.com.br/2012/02/egito-antigo-dadiva-do-nilo.html

Fonte: Relações de trabalho no Egito antigo

http://historiandonanet07.wordpress.com/2012/06/06/relacoes-de-trabalho-no-antigo-egito/


Grupo 2. Trabalho na Grécia Antiga

http://pt.slideshare.net/mariafimgomes/legado-grego

Fonte:O mundo do trabalho na sociedade grega

Grupo 3. Mulher e trabalho no século XIX: a vida dentro de casa
Fonte: Mulher e trabalho

Grupo 4. Trabalho indígena

Grupo 5. Trabalho na Europa Medieval

http://ofrioquevemdosol.blogspot.com.br/2010/03/o-que-de-fato-move-o-pendulo-climatico.html

Fonte: Como era a vida na Idade Média

Grupo 6. Trabalho na Ásia Oriental Medieval
Fonte:Os grandes impérios medievais da Ásia Oriental http://oridesmjr.blogspot.com.br/2013/05/os-grandes-imperios-medievais-da-asia.html

Grupo 7. Trabalho na América espanhola
Fonte:Formas de trabalho na América Hispânica

Grupo 8. Trabalho escravo na América portuguesa
Fonte: Trabalho escravo na América portuguesa https://www.youtube.com/watch?v=LEL1hxqenA



Quando os materiais já estiverem postados no blog, cada grupo deverá expor seu tema, utilizando-se de computador e projetor multimídia e ouvir a exposição dos colegas. O compartilhamento das informações contribuirá para a ampliação do conhecimento.
Os alunos deverão ser estimulados a responder os questionamentos sugeridos no destaque. As respostas deverão ser anotadas em página aberta em editor de texto, no computador e servirão como subsídios para o momento da socialização dos resultados.


  1. Identifique características que marcam as formas de organização do trabalho de cada grupo pesquisado nos temas.
  2. Essas formas de organização do trabalho contribuíram, de alguma forma, para a construção da cultura desses grupos? Como se percebe isso?
  3. Aponte algumas diferenças e semelhanças dessas culturas.
  4. Identifique ferramentas e utensílios utilizados por esses grupos humanos.
  5. Identifique a relação de cada grupo com a natureza.
  6. Identifique formas de exploração do trabalho. Quem praticava?
  7. Por que muitos trabalhadores eram explorados? Como reagiam a essa exploração?
  8. Há evidências de exploração do trabalho nas comunidades indígenas? Comente.
  9. Ainda é possível identificar algumas dessas formas de organização do trabalho nos dias atuais? Comente.


A socialização dos resultados deverá acontecer por meio de um debate, com os alunos em sala de aula. Todos deverão ser estimulados a falar. Para a conclusão da aula cada grupo deverá produzir, no editor de texto, uma redação (síntese) do que foi apreendido.
Recursos Complementares
Espaço e técnica: o trabalho humano provocando arrumação e desarrumação socioambiental no planeta. Disponível em http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=50376
Produção do espaço, sistemas técnicos e divisão territorial do trabalho. Disponível em http://www.ub.edu/geocrit/sn/sn119-63.htm
Trabalho, ciência e cultura. Disponível em http://www.sedu.es.gov.br/download/Texto_Trabalho_Ciencia_Cultura.pdf
Avaliação
O professor deverá estar atento a todas as manifestações dos alunos: interesse, participação, pontualidade, domínio de conteúdo, e capacidade de interpretação, síntese e argumentação.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Continuação do Histórico sobre a Educação Profissional




(Sexta parte)

A partir da década de 70 do século passado ocorreram significativas alterações na forma de se pensar a formação profissional no Brasil. A LDBEN 5.692/71, de 11 de agosto de 1971, torna obrigatório o currículo do segundo grau (atual ensino médio) em técnico-profissional, atendendo ao propósito de formar técnicos em caráter de urgência com o objetivo principal de atender as necessidades do mercado de trabalho, segundo o modelo político-econômico implantado pela Ditadura Militar. Outro propósito, implícito, que a lei conteria seria o de conter a demanda de estudantes do segundo grau ao Ensino Superior a qual o Estado não atendia plenamente.

Os cursos criados na vigência desta LDBEN possuíam o inconveniente de proporcionar uma formação parcial pois ao mesmo tempo em que se mantinha a mesma carga horária do segundo grau ministrado anteriormente, eram subtraídas algumas disciplinas (ou reduzidas suas cargas horárias) da base nacional comum e substituídas por disciplinas técnicas. Esta configuração dos cursos tornavam-nos insuficientes para preparar os estudantes para o ensino superior ao mesmo tempo que não proporcionavam uma formação técnica consistente, contribuindo para a desvalorização da formação profissional. Não é à toa que nesta época fortaleceu-se a “indústria” dos cursinhos pré-vestibulares.

Articulado com esta Lei, o Centro Integrado Luiz Navarro de Brito1, que viria a se transformar posteriormente no atual Centro Territorial de Educação Profissional do Agreste de Alagoinhas / Litoral Norte (CETEP/LN) também passa a ofertar cursos técnicos, ministrando os cursos de Desenhista de Arquitetura, Assistente de Administração, Assistente de Secretariado e Técnico em Enfermagem.

A implantação da LDBEN 7.044 de 1982, alterou alguns dispositivos da 5.692/71, notadamente no que se refere à obrigatoriedade do ensino profissionalizante2 no segundo grau, pois extingue sua obrigatoriedade, deixando a cargo do estabelecimento de ensino optar ou não pela sua continuidade. Segundo Carmo3, isto evidencia o “reconhecimento legal do fracasso da profissionalização compulsória”.

A partir da década de 1990, a formação profissional foi fortemente influenciadas pelos avanços tecnológicos dos sistemas produtivos e, sobretudo, à adequação às regras do mundo do trabalho. No governo de Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002) foi sancionada a LDB 9.394/96, de 20/12/1996, que traz um capítulo dedicado à educação profissional e afirma que a mesma:


[...] integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva.
Parágrafo único: O aluno matriculado ou egresso do ensino fundamental, médio e superior, bem como o trabalhador em geral, jovem ou adulto, contará com a possibilidade de acesso à educação profissional
.
A LDB 9.394/96 tratou a Educação Profissional como processo educativo específico, sem obrigatoriedade de vinculação a qualquer etapa de escolaridade. A relação da educação profissional com o ensino regular poderia ocorrer, então, através de articulação. O Decreto no 2.208/97 de 17 de abril de 1997, configura a separação da educação profissional do ensino médio. Este Decreto preconiza no seu Art. 5º que “A educação profissional de nível técnico terá organização curricular própria e independente do ensino médio, podendo ser oferecida de forma concomitante ou sequencial4 a este”. Vejamos aí que estão previstas apenas as formas de oferta (modalidades) concomitante e sequencial, não havendo portanto a possibilidade de integração entre a educação profissional e o ensino médio.


A implantação do Decreto 5.154/2004, restabelece a possibilidade articulação da educação profissional com a educação básica e de integração curricular do ensino médio e técnico. No seu Art. 4º, ele prevê que “A educação profissional técnica de nível médio, (…) será desenvolvida de forma articulada com o ensino médio” (…). Quanto às formas de realização desta articulação o referido Decreto apresenta, ainda no Artigo 4º, as alternativas de modalidades integrada, concomitante e subsequente. Na modalidade concomitante o estudante possui matrículas distintas para o ensino médio e a educação profissional, podendo realizá-los ou não na mesma instituição de ensino. A modalidade subsequente é oferecida somente a quem já concluiu o ensino médio. Já sobre a modalidade integrada o citado Decreto ainda no art. 4º, § 1º, considera que a  mesma será

oferecida somente a quem já tenha concluído o ensino fundamental, sendo o curso planejado de modo a conduzir o aluno à habilitação profissional técnica de nível médio, na mesma instituição de ensino, contando com matrícula única para cada aluno

Esta articulação prevista na forma de integração entre a educação profissional e o ensino médio é o importante diferencial entre os Decretos 2.208/97 e o Decreto 5.154/2004, quando este último resgata a perspectiva da formação humana integral, que busca superar a dualidade entre as ações de executar e de pensar e a dicotomia entre as formações para a cidadania e para o mundo do trabalho.

O Decreto 5.154/2004 surge em um momento de crise do ensino médio onde a redução do quantitativo de matrículas constituía uma degradante realidade ocasionada principalmente na percepção da falta de sentido, identidade e expectativa que os jovens visualizavam nesta etapa escolar. A integração com a educação profissional veio proporcionar aos jovens um sentido para o ensino médio na forma da conjunção da profissionalização com a possibilidade de acesso ao ensino superior. Além disso, esta integração busca superar a dualidade entre cultura geral e cultura técnica (ou formação instrumental e formação acadêmica), objetivando formar cidadãos profissionais capazes de compreender sua realidade social e inserir-se nela de forma consciente. A Lei 11.741/08, de 16 de julho de 2008 vem alterar dispositivos da LDB 9.394, para ajustá-la os ditames do Decreto 5.154.

O Decreto 5.840/06, de 13 de julho de 2006 vem ampliar o instituído pelo Decreto 5.478/05, de 24 de junho de 2005, que cria o PROEJA (Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos), visando a elevação da escolaridade aliada às oportunidades de formação profissional de jovens e adultos.

1 Situado na cidade de Alagoinhas-BA, à rua Maria Feijó, 13, Centro.
2 Termo introduzido pela LDBEN 5.692/71, na tentativa de superar a concepção negativa atribuída à formação dos trabalhadores desde os primórdios da Educação Profissional no Brasil, carregada pelo estigma da desvalorização do trabalho manual, destinado inicialmente, segundo o pensamento vigente, aos escravos e, posteriormente, às classes menos favorecidas.
3 CARMO, Jefferson Carrielo do. Educação Profissional e o Estado Intervencionista: velhos problemas ou “novas” soluções? Disponível em: <http://www.revistas2.uepg.br/index.php/emancipacao/article/viewArticle/76> p.150.
4 Grifos nossos.

REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto n. 2.208, de 17 de abril de 1997. Regulamenta o § 2 º do art. 36 e os arts. 39 a 42 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
BRASIL. Decreto n. 5.154, de 23 de julho de 2004. Regulamenta o § 2º do art. 36 e os arts. 39 a 41 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e dá outras providências.
BRASIL. Decreto n. 5.478, de 24 de junho de 2005. Institui, no âmbito das instituições federais de educação tecnológica, o Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos - PROEJA.
BRASIL. Decreto n. 5.840, de 13 de julho de 2006. Institui, no âmbito federal, o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos - PROEJA, e dá outras providências.
BRASIL. Lei 5.692/71, 11 de agosto de 1971. Lei de Diretrizes e Bases para o Ensino. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1° e 2º graus, e dá outras providências.
BRASIL. Lei n° 7.044, de 18 de outubro de 1982. Altera dispositivos da Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971, referentes a profissionalização do ensino de 2º grau.
BRASIL. Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Dispõe sobre as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
BRASIL. Lei n° 11.741, de 16 de julho de 2008. Altera dispositivos da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para redimensionar, institucionalizar e integrar as ações da educação profissional técnica de nível médio, da educação de jovens e adultos e da educação profissional e tecnológica.
IGLÉSIAS, Francisco. A Industrialização Brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1985.
IGLÉSIAS, Francisco. A Revolução Industrial. São Paulo: Brasiliense, 1987.
OLIVEIRA, Carlos Roberto de. História do Trabalho. São Paulo: Ática, 1987.
PONTUAL, Marcos. Evolução do Treinamento Empresarial. In: BOOG, Gustavo Gruneberg (Coord). Manual de Treinamento e Desenvolvimento. São Paulo: McGraw Hill, 1980, p.1-12.
RIBEIRO, Maria Luísa Santos. História da Educação Brasileira: a organização escolar. São Paulo: Moraes, 1982.
ROSSI, Wagner Gonçalves. Capitalismo e Educação. São Paulo: Moraes, 1980.
SILVA, João Baptista Salles da. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial: atividades na área de formação profissional. In: BOOG, Gustavo Gruneberg (Coord). Manual de Treinamento e Desenvolvimento. São Paulo: McGraw Hill, 1980, p.358-376.
SILVA, Uaci Edvaldo Matias da. O Senai. Brasília: SENAI/DN, 1999.
                                                                             
(Texto produzido por Sydney Lima Silva)

(Fim da sexta parte. Continua nos próximos episódios)

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Livro sobre Educação Profissional


PERSPECTIVAS DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO


Organizador: Eliezer Pacheco
Número de Páginas: 144
ISBN: 978-85-16-06020-6
Editora Moderna / 2012


A obra é resultado dos debates sobre a atualização das diretrizes da educação profissional técnica de nível médio. Reúne as reflexões levantadas a partir das audiências públicas e do Seminário da Educação Profissional e Tecnológica, realizado em Brasília em 2010, que motivou a criação de um grupo de trabalho envolvendo diversos órgãos, instituições de ensino e pesquisadores. Colaboraram na elaboração do documento os especialistas: Acácia Zeneida Kuenzer, Ana Lúcia Lima da Rocha Muricy Souza, Antônio Almerico Biondi Lima, Caetana Juracy Rezende Silva, Cláudio Gomes Ribeiro, Dante Henrique Moura, Edna Castro de Oliveira, Edna Corrêa Batistotti, Eliezer Moreira Pacheco, Gaudêncio Frigotto, Lucília Regina de Souza Machado, Luiz Augusto Caldas Pereira, Maria Aparecida Ciavatta Pantoja Franco, Maria da Glória dos Santos Laia, Maria Margarida Machado, Marise Nogueira Ramos, Nilva Schroeder, Regina Lúcia Borges Araújo, Reginaldo Flexa Nunes, Rosana Miyashiro, Roseli Salete Caldart e Sandra Regina de Oliveira Garcia.


O livro está disponível para download no endereço eletrônico:


Vejam também:




Continuação do Histórico sobre a Educação Profissional





(Quinta parte)
O SENAI veio então atender a expectativa de solução para a insuficiência de cursos de formação profissional no país, pois surgiu
(...) com o propósito de formar, aperfeiçoar e especializar mão-de-obra para o setor econômico secundário, cuja força de trabalho – em franca expansão – não era suficientemente atendida nem quantitativa nem qualitativamente pelas escolas oficiais ou privadas que tinham a seu cargo o então denominado ensino industrial. Organizado, mantido e dirigido pela indústria – mas vinculado ao Ministério do Trabalho pela lei Federal Nº 6.297/75 e Decreto Nº 77.362/76 –, o SENAI é organismo de direito privado, administrado por órgãos normativos e órgãos de administração, de âmbito nacional e âmbito regional. (SILVA, 1980, p.358)

O SENAI ficou, então com a responsabilidade de organizar e administrar, em todo o país, escolas de aprendizagem industrial, bem como ministrar ensino de continuação, aperfeiçoamento e especialização para trabalhadores da indústria. Apesar de abranger estas tarefas, fica evidente desde este primeiro momento uma prioridade dada a formação profissional de menores de idade. Isso segundo SILVA, 1999, p.21, prende-se entre outros:  
                                       
                                   - à preocupação com a organização do trabalho do menor;
                                   - à exploração constante do uso de menores nos processos produtivos; 
                          - à experiência com aprendizes do Centro de Ensino e Seleção Profissional (CFESP),
                                      determinando no país a priorização para a criação das chamadas Escolas de aprendizes.

Dentro desse contexto, e atendendo ao que determina a lei, as empresas industriais, da comunicação e pesca, contribuem, para a manutenção do SENAI, com 1% do montante da remuneração de seus empregados, sendo que as empresas com mais de 500 empregados são obrigadas ao pagamento de uma contribuição adicional de 0,2%. As contribuições citadas incidem em até 10 vezes o maior-valor-de-referência vigente no país, não atingindo, portanto, as faixas salariais superiores.

Ficam isentas da contribuição mencionada, as empresas que em regime de acordo com o SENAI, mantiverem estrutura de aprendizagem industrial e treinamento adequada aos seus fins. Porém, segundo a art. 4º do Decreto lei Nº 6246, a empresa isenta da contribuição deverá recolher um quinto da contribuição a que estaria sujeita para “despesas de caráter geral e de orientação e inspeção escolar”. Donde conclui-se que o montante da isenção corresponde a 80% do que deveria ser efetivamente recolhido.

Foi nessa condição, de integrante de acordo de isenção, que se encaixaram diversos Centros mantidos pela RFFSA e pelo SENAI (Acordo RFFSA/SENAI), inclusive o Centro de Formação Profissional de Alagoinhas (CFPA) que, fundado em 15 de março de 1973, ministrou formação profissional a menores aprendizes até o ano de 1996, quando foi fechado após o processo de privatização da RFFSA.


Ainda neste ano de 1996, Prefeitura da cidade de Alagoinhas - BA e a Rede Ferroviária Sociedade Anônima - RFFSA, firmaram Convênio, devidamente autorizado pela Lei Municipal Nº 1008/93, de 04 de fevereiro de 1993, tendo por objetivo a manutenção, pelo Município, do funcionamento da atividade de formação profissional ministrada pelo CFPA. O referido Convênio preconiza em sua Cláusula Primeira que a Educação Profissional, objeto do mesmo, sem fins lucrativos, destina-se, única e exclusivamente, ao desenvolvimento educacional da comunidade, com o atendimento à população estudantil.

Para atendimento da cláusula citada, a RFFSA contribuiu com as instalações físicas do CFPA bem como os equipamentos e demais bens localizados no mesmo. Ao município coube dirigir e administrar a atividade fim do CFPA, fornecendo o corpo docente, selecionando e matriculando os alunos bem como assumindo toda e qualquer despesa referente a manutenção, conservação e vigilância das instalações físicas e dos equipamentos da Escola.

REFERÊNCIAS

IGLÉSIAS, Francisco. A Industrialização Brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1985.

IGLÉSIAS, Francisco. A Revolução Industrial. São Paulo: Brasiliense, 1987.

OLIVEIRA, Carlos Roberto de. História do Trabalho. São Paulo: Ática, 1987.

PONTUAL, Marcos. Evolução do Treinamento Empresarial. In: BOOG, Gustavo Gruneberg (Coord). Manual de Treinamento e Desenvolvimento. São Paulo: McGraw Hill, 1980, p.1-12.

RIBEIRO, Maria Luísa Santos. História da Educação Brasileira: a organização escolar. São Paulo: Moraes, 1982.

ROSSI, Wagner Gonçalves. Capitalismo e Educação. São Paulo: Moraes, 1980.

SILVA, João Baptista Salles da. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial: atividades na área de formação profissional. In: BOOG, Gustavo Gruneberg (Coord). Manual de Treinamento e Desenvolvimento. São Paulo: McGraw Hill, 1980, p.358-376.

SILVA, Uaci Edvaldo Matias da. O Senai. Brasília: SENAI/DN, 1999.


                                                                               (Texto produzido por Sydney Lima Silva)

(Fim da quinta parte. Continua nos próximos episódios)

sábado, 7 de julho de 2012

Eixos do CETEP







O CETEP de Alagoinhas oferece cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio integrantes dos seguintes Eixos Tecnológicos:
1. Ambiente, Saúde e Segurança
Cursos Técnicos em: ENFERMAGEM; MEIO AMBIENTE; SEGURANÇA DO TRABALHO; NUTRIÇÃO E DIETÉTICA; e, ANÁLISES CLÍNICAS.
4. Gestão e Negócios
Curso Técnico em: COMÉRCIO.
5. Hospitalidade e Lazer
Curso Técnico em: HOSPEDAGEM.
6. Informação e Comunicação;
Curso Técnico em: INFORMÁTICA.
7. Infra-estrutura
Cursos Técnicos em: EDIFICAÇÕES; e, DESENHO DE CONSTRUÇÃO CIVIL.

Eixos Tecnológicos




Os Eixos Tecnológicos para os Cursos da Educação Profissional Técnica de Nível Médio são estes relacionados abaixo.
  1. Ambiente, Saúde e Segurança
  2. Apoio Educacional
  3. Controle e Processos Industriais
  4. Gestão e Negócios
  5. Hospitalidade e Lazer
  6. Informação e Comunicação;
  7. Infra-estrutura
  8. Militar
  9. Produção Alimentícia
  10. Produção Cultural e Design
  11. Produção Industrial
  12. Recursos Naturais
Para conhecer os cursos que fazem parte de cada Eixo, acesse:



http://catalogonct.mec.gov.br/anexos.php



No Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (CNCT) e na Portaria nº 870, de 16 de julho de 2008 (do MEC) encontraremos a relação das 185 possibilidades de Cursos Técnicos agrupados nos seus respectivos Eixos Tecnológicos.

O CNCT traz também uma breve descrição de cada Eixo Tecnológico bem como de todos os cursos apresentados.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Cursos



O CETEP de Alagoinhas é um Centro Territorial de Educação Profissional Técnica de Nível Médio (antigo Colégio Estadual Luiz Navarro de Brito), situado na cidade de Alagoinhas-BA, à rua Maria Feijó, 13, integrante da Rede Estadual Pública de Ensino e oferece Cursos Técnicos nas seguintes modalidades:
  1. EPI (Educação Profissional Integrada ao Ensino Médio): são cursos com duração atual de 4 anos letivos, oferecidos nos turnos matutino e/ou vespertino para o estudante que já tenha concluído o ensino fundamental. Nestes cursos o aluno estuda todas as disciplinas do Ensino Médio, acrescidas das disciplinas da Formação Técnica Específica. Os concluintes têm direito à comprovação de conclusão do ensino médio e ao Diploma de Técnico;
  2. PROEJA (Programa Nacional de Integração da Educação Profissional à Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos): são cursos também integrados ao ensino médio, porém com alguns diferenciais. É oferecido no turno noturno, em 5 semestres letivos (dois anos e meio), sendo destinado a estudantes com faixa etária a partir de 18 anos. Nestes cursos o aluno estuda as disciplinas do Ensino Médio, na formatação da EJA (Educação de Jovens e Adultos), acrescidas das disciplinas da Formação Técnica Específica. Os concluintes também têm direito à comprovação de conclusão do ensino médio e ao Diploma de Técnico;
  3. PROSUB são os cursos subsequentes ao Ensino Médio, com duração atual de 4 semestres letivos (dois anos), podendo ser oferecidos nos turnos matutino, vespertino e/ou noturno, para os estudantes que já tenham concluído o Ensino Médio. São chamados também de Cursos Pós Médio. Nestes cursos o aluno estuda as disciplinas da Formação Técnica Específica, acrescidas de disciplinas de Formação Técnica Geral. Os concluintes têm direito ao Diploma de Técnico.
CURSOS ATUAIS OFERECIDOS PELO CETEP
  1. Técnico em Informática (EPI – matutino e vespertino)
  2. Técnico em Informática (PROEJA – noturno)
  3. Técnico em Enfermagem (EPI – matutino e vespertino)
  4. Técnico em Enfermagem (PROSUB – vespertino e noturno)
  5. Técnico em Meio Ambiente (EPI – matutino e vespertino)
  6. Técnico em Segurança do Trabalho (PROSUB – matutino, vespertino e noturno)
  7. Técnico em Nutrição e Dietética (EPI – matutino e vespertino)
  8. Técnico em Nutrição e Dietética (PROEJA – noturno)
  9. Técnico em Análises Clínicas (EPI – matutino e vespertino)
  10. Técnico em Análises Clínicas (PROEJA - noturno)
  11. Técnico em Comércio (PROEJA -noturno)
  12. Técnico em Edificações (EPI – matutino e vespertino)
  13. Técnico em Desenho de Construção Civil (PROEJA – noturno)
  14. Técnico em Hospedagem (PROEJA – noturno).
ATIVIDADES TÍPICAS DO PROFISSIONAL FORMADO
1 e 2 - Técnico em Informática:
Desenvolve programas de computador, seguindo as especificações e paradigmas da lógica de programação e das linguagens de programação. Utiliza ambientes de desenvolvimentos de sistemas, sistemas operacionais e banco de dados. Realiza testes de software, mantendo registro que possibilitem análises e refinamento dos resultados. Instala computadores em redes. Executa manutenção de programas de computadores implantados. Realiza manutenção de computadores e periféricos.
3 e 4 - Técnico em Enfermagem:
Atua na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação dos processos saúde doença. Colabora com o atendimento das necessidades de saúde dos pacientes e comunidade, em todas as faixas etárias. Promove ações de orientação e preparo do paciente para exames. Realiza cuidados de enfermagem tais como: curativos, administração de medicamentos e vacinas, nebulizações, banho de leito, mensuração antropométrica e verificação de sinais vitais, dentre outros. Presta assistência de enfermagem a pacientes clínicos e cirúrgicos.
5 - Técnico em Meio Ambiente:
Coleta, armazena e interpreta informações, dados e documentações ambientais. Colabora na elaboração de laudos, relatórios e estudos ambientais. Auxilia na elaboração, acompanhamento e execução de sistemas de gestão ambiental. Atua na organização de programas de educação ambiental, de conservação e preservação de recursos naturais, de redução, reuso e reciclagem. Identifica as intervenções ambientais, analisa suas consequências e operacionaliza a execução de ações para preservação, conservação, otimização, minimização e remediação dos seus efeitos.
6 - Técnico em Segurança do Trabalho:
Atua em ações prevencionistas nos processos produtivos com auxílio de métodos e técnicas de identificação, avaliação e medidas de controle de riscos ambientais de acordo com normas regulamentadoras e princípios de higiene e saúde do trabalho. Desenvolve ações educativas na área de saúde e segurança do trabalho. Orienta o uso de EPI e EPC. Coleta e organiza informações de saúde e de segurança no trabalho. Executa o PPRA. Investiga, analisa acidentes e recomenda medidas de prevenção e controle.
7 e 8 - Técnico em Nutrição e Dietética:
Acompanha e orienta as atividades de controle de qualidade – higiênico-sanitárias – em todo o processo de produção de refeições e alimentos. Acompanha e orienta os procedimentos culinários de preparo de refeições e alimentos. Coordena a execução das atividades de porcionamento, transporte e distribuição de refeições. Realiza a pesagem de pacientes e aplica outras técnicas de mensuração de dados corporais para subsidiar a avaliação nutricional. Avalia as dietas de rotina com a prescrição dietética indicada pelo nutricionista. Participa de programas de educação alimentar.
9 e 10 - Técnico em Análises Clínicas:
Auxilia e executa atividades padronizadas de laboratório – automatizadas ou técnicas clássicas – necessárias ao diagnóstico, nas áreas de parasitologia, microbiologia médica, imunologia, hematologia, bioquímica, biologia molecular e urinálise. Colabora, compondo equipes multidisciplinares, na investigação e implantação de novas tecnologias biomédicas relacionadas às análises clínicas. Opera e zela pelo bom funcionamento do aparato tecnológico de laboratório de saúde. Em sua atuação é requerida a supervisão profissional pertinente, bem como a observância à impossibilidade de divulgação direta de resultados.
11 - Técnico em Comércio:
Aplica métodos de comercialização de bens e serviços, visando à competitividade no mercado e atendendo as diretrizes organizacionais. Comunica previsões e demandas aos fornecedores. Efetua controle quantitativo e qualitativo de produtos e procede a sua armazenagem no estabelecimento comercial. Operacionaliza planos de marketing e comunicação, logística, recursos humanos e comercialização.
12 - Técnico em Edificações:
Desenvolve e executa projetos de edificações conforme normas técnicas de segurança e de acordo com legislação específica. Planeja a execução e elabora orçamento de obras. Presta assistência técnica no estudo e desenvolvimento de projetos e pesquisas tecnológicas na área de edificações. Orienta e coordena a execução de serviços de manutenção de equipamentos e de instalações em edificações. Orienta na assistência técnica para compra, venda e utilização de produtos e equipamentos especializados.
13 - Técnico em Desenho de Construção Civil:
Elabora e interpreta desenho de projetos na área de construção civil. Desenha projetos de construções prediais, de estradas, de arquitetura e de saneamento. Elabora desenhos de projetos estruturais, instalações hidráulicas, elétricas, gás, ar condicionado, incêndio, redes de esgoto, águas pluviais e abastecimento de água. Confecciona maquetes.
14 - Técnico em Hospedagem:
Atua na recepção e governança em meios de hospedagem. Executa atividades operacionais de recepção e atendimento a clientes, serviços de andares, comercialização e marketing de produtos turísticos, além da realização de reservas. Orientando suas ações pelos critérios de qualidade na prestação de serviços, presta suporte ao hóspede durante sua estada, valorizando as características culturais, históricas e ambientais do local de sua atuação.