(Segunda parte)
Ainda na fase inicial da industrialização brasileira
(1932-1936) era possível treinar os operários rapidamente nas próprias
fábricas. Porém, passada esta fase inicial, a transmissão – assistemática e
informal – desses conhecimentos no próprio local de trabalho tornou-se inviável
pois
É evidente que, se a educação
informal é incompleta, em condições semelhantes o ensino profissional também o
é, além de se mostrar um processo lento e oneroso, calcado no ensaio e erro,
método primitivo que não atende à expectativa da evolução tecnológica atual.
Por essa razão, nos países considerados desenvolvidos, o exercício profissional
só é admitido após formação escolar.” (MORENO, 1980, p.242)
Torna-se claro e óbvio afirmar que a formação profissional surgiu com o nascimento da indústria e das fábricas, que foram os
expoentes máximos da fase inicial de industrialização. Porém devemos situar a
formação profissional dentro de um contexto mais amplo que é o da educação profissional. Desta,
caracterizada inicialmente como o ensino e a aprendizagem de uma determinada profissão, vamos
encontrar referências em épocas distantes. Já na Europa da Idade Média, para
não irmos mais além, encontramos as corporações de ofício, as quais
sintonizadas com o contexto daquela sociedade, proporcionavam o ensino de
determinados ofícios.
Os aprendizes eram jovens que viviam
e trabalhavam com o artesão principal, e aprendiam o ofício. A extensão do
aprendizado variava de acordo com o ramo. Podia durar um ano, ou prolongar-se
por 12 anos. O período habitual de aprendizado variava entre dois e sete anos.
Tornar-se aprendiz era um passo sério. Representava um acordo entre a criança e
seus pais e o mestre artesão, segundo o qual em troca de um pequeno pagamento
(em alimento ou dinheiro) e a promessa de ser trabalhador e obediente, o
aprendiz era iniciado nos segredos da arte, morando com o mestre durante o
aprendizado.” (HUBERMAN, 1983, p.63)
REFERÊNCIAS
HUBERMAN, Leo. História da Riqueza do Homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1983.
MORENO, Mair Martin. Formação Profissional (aprendizagem). In: BOOG, Gustavo Gruneberg (Coord). Manual de Treinamento e Desenvolvimento. São Paulo: McGraw Hill, 1980, p.241-257.
MORENO, Mair Martin. Formação Profissional (aprendizagem). In: BOOG, Gustavo Gruneberg (Coord). Manual de Treinamento e Desenvolvimento. São Paulo: McGraw Hill, 1980, p.241-257.
(Texto produzido por Sydney Lima Silva)
(Fim da segunda parte. Continua nos próximos episódios)
Muito bom conhecer um pouco da história da educação profissional para entender esta trajetória e saber que hoje formamos trabalhadores pensantes e não “gorila amestrado”.
ResponderExcluirRaul,
ResponderExcluirObrigado por seu comentário.
Fico feliz que pense assim.
A Educação profissional, hoje, objetiva a formação do cidadão trabalhador. Para isso busca desenvolver além das habilidades manipulativas, as competências mentais onde se trabalha para o desenvolvimento do raciocínio crítico, a compreensão da realidade e do mundo do trabalho, além da capacidade de se trabalhar em equipe, respeitar o outro e o meio ambiente, tendo comportamento pautado na ética e na solidariedade humana.